Nobel da Paz defende a criminalização da homossexualidade
Em 2011 Ellen Johnson Sirleaf ganhou o prémio Nobel da Paz pelo seu papel na reconstrução da Libéria, um país destruído por 14 anos de guerra civil. Nesta segunda-feira, numa entrevista conjunta com Tony Blair ao britânico The Guardian, a presidente da Libéria assume uma posição polémica e defende a criminalização da homossexualidade no país.
Tony Blair - de visita ao país como representante da Iniciativa pela Governança de África, uma organização que fundou para ajudar os governos africanos – fica visivelmente desconfortável quando, no decorrer da entrevista, Sirleaf defende os «valores tradicionais» da sociedade da Libéria por oposição a orientações homossexuais.
Certo é que, na Libéria, a «sodomia voluntária», leia-se homossexualidade, é considerada um desvio comportamental e, como tal, punida por lei com um ano ou mais de prisão. Quando interrogada sobre descriminalizar este comportamento, a Nobel declara que tal não deve acontecer num futuro próximo e explica à jornalista que na Libéria há «certos valores tradicionais» que os libaneses querem preservar.
Enquanto responde à jornalista, Sirleaf olha para Blair, sentado ao seu lado direito, e sorri, como que esperando obter algum sinal de que o ex-PM concorda com o que está a ser dito e, na verdade, quando confrontado, um atrapalhado Blair não confirma nem desmente. Tony Blair responde apenas que na sua posição actual, afastado de cargos públicos, pode «escolher as questões às quais responde», escolhe, portanto, não responder à afirmação da repórter sobre bons governantes e direitos humanos serem duas faces da mesma moeda.
Ao longo dos dez anos em que ocupou o cargo de primeiro-ministro, o ex-líder do Partido Trabalhista, foi um acérrimo defensor dos direitos dos homossexuais e da igualdade legal para todas as opções sexuais, tendo chegado mesmo a pedir ao Papa para repensar o posicionamento da Igreja relativamente à homossexualidade. No entanto, optou por não confrontar a presidente afirmando que está no país para tratar de «outros assuntos».
Nobel Peace Prize winnder defends law criminalizing homosexuality
In 2011 Ellen Johnson Sirleaf won the Nobel Peace Prize thanks to her role in the Liberia's reconstruction, a country destroyed by 14 years of civil war. Last Monday, in an co-interview with Tony Blair for The Guardian, the president of Liberia took a controversial position and defended the criminalization of homosexuality in her country.
Tony Blair became visibly uncomfortable when, during the interview, Sirleaf defended "traditional values" of the liberian society as opposed to homosexual orientation.
In Liberia, "voluntary sodomy" (= homosexuality) is considered a deviance and is punishable by law with a year or more of prison. When questioned as to descriminalize this behavior, the Nobel winner states that this should not happend in the near future and explains the journalist that in Liberia there's certain "traditional values" the lebanese want to preserve.
While answering the journalist, Sirleaf looks at Blair, sitting by her side, and smiles, as if hoping for a sign that the former PM agrees with what's being said and, in fact, when confronted, a flustered Blair neither confirms nor denies it. Tony Blair only responds that in his current position, away from the public office, you can "choose the questions to answer", so he choosed not to answer the reporter's statement about good government and human rights being two sides of the same coin.
During the ten years as a Prime Minister, former Labour Party leader, was a staunch supporter of gay rights and legal equality for all sexual orientations, even asking Pope to rethink the Church's position on homosexuality. However, he chose not to confront the President stating that the country has to deal with "other issues".
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