quinta-feira, 19 de novembro de 2009

If you give up by Hands on Approach

Gosto de olhar para a janela e não sentir nada. Ficar oca e parada no tempo, perguntar se sequer fazemos o mesmo gesto ou caminhamos num mesmo sentido desconhecido.
Gosto de imaginar que me dás a mão e me mostras que estou errada. Que me quebras e me enches de ar.
Nunca colocarás o mundo de pernas para o ar só por minha causa. Não apenas porque ele de facto não tem pernas mas porque no fim eu talvez nem seja aquele especial.
Queria pegar num lápis e escrever o teu nome num caderno inteiro mas a borracha não se perde por entre os meus dedos e apenas apaga e apaga cada linha tua. Inexistente no presente e futuro.
Queria poder chegar perto de ti, sorrir levemente, colocar os meus braços à tua volta e sentir os teus nas minhas costas. Talvez um dia possa pousar a testa sobre o teu ombro, inspirar o cheiro do teu casaco, agradecer por estares lá e sentir-te sorrir contra o meu cabelo. Nunca ouvir-te-ei sussurrar ao meu ouvido e com certeza nunca beijarás a minha testa mesmo estando a centímetros da tua. Nunca me provarás que sonhos podem por vezes acontecer. Não por falta de querer teu mas apenas porque eles não mais existem e estão algures num canto trancado por mim mesma.
Ainda tens sombra para seres a minha sorte?
Cheguei a desejar que todos esses quereres fossem reais. Fisicamente no mesmo espaço, mentalmente em diferentes planetas. Talvez nós nem num mesmo planeta, continente, país, terra ou rua estejamos.
Talvez tu nem sequer me chegues a olhar de novo nos olhos ou pegar-me na mão. Talvez se um dia o tentares os olhos se tenham desviado à muito e a mão encontrado o seu bolso. Provavelmente nunca verei o mundo contigo e nunca rirei com as tuas piadas. O mundo acaba cedo. 1 minuto em 60 segundos.
De certeza que a nossa vida nunca se cruzará no presente ou
no futuro e eu nunca poderei colocar um determinante possessivo antes do teu nome. Seremos duas rectas paralelas num verbo apagado no tempo.
Ainda assim obrigada por um olhar e inexistência de um sorriso. Obrigada por existires.

Obrigada por seres feliz.
Continuo a não precisar que me peguem na mão.



Adaptado de um outro texto sobre outra situação. (:

Sem comentários: